Teatro e Formas Animadas

Teatro de Formas Animadas moderno (atual, presente) pode ser entendido como uma ampliação dos limites que o senso comum estabeleceu dentro do campo do Teatro de Bonecos. Em seu histórico, combina linguagens cênicas, mistura modernidade e tradição, mescla erudição e popularidade e tem como alvo os públicos de todas as idades e grupos sociais. Em muitos locais, no entanto, vemos poucos espetáculos que exploram e procuram ampliar os limites do Teatro de Formas Animadas. E assim, nós da Cia. Articularte, nos posicionamos como um grupo brasileiro que tem trabalhado e se dedicado a esse gênero com estudos, testes, consistência e profundidade. Um dos resultados desse processo está presente em nosso espetáculo Menino Coragem – onde boa parte das Formas Animadas conquistaram personalidade e consistência cênica.

A título de introdução, o Teatro de Formas Animadas deve iniciar-se com o fazer teatral e depois chegar aos Bonecos e Formas – por outro lado, também entendemos que toda técnica deve estar a serviço ou “amarrada” àquilo que se quer comunicar, seja uma cena de conceito, ideia ou projeção. A Cia. Articularte (hoje com experiência em variadas técnicas) foi precursora de algumas tendências de Formas Animadas e iniciou movimentos importantes na história recente do teatro de animação em São Paulo e Brasil. Uma delas foi, por exemplo, no espetáculo “João Cabeça de Feijão”, onde os atores figuravam como adereços e objetos cenográficos (humanos) em forma de mímeses.

Teatro de Bonecos e longevidade

Montamos, entre outros, os espetáculos A CUCA FOFA DE TARSILA (aventura sobre a obra de Tarsila do Amaral com movimentos em cores e formas vivas); O TRENZINHO VILLA-LOBOS (musicalidade, peripécias e formas vazadas); PORTINARI PÉ DE MULATO (estudos de formas em ambiente humano ou antropológico); O VALENTE FILHO DA BURRA (Sombras, lutas, persistência e crendices – 2004); AVENTURAS DE GULLIVER (grande x pequeno, antônimos e gangorra de formas); O MENINO QUE ABRIA PORTAS (metáforas e formas, roteiro de Luis Alberto de Abreu); JOÃO CABEÇA DE FEIJÃO (estética da fome e seus deslocamentos); PEQUENO POLEGAR CAPOEIRA (danças e crescimento interno x externo); A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS (plano x deslocamento e prática; MENINO CORAGEM (crianças e familiares refugiados e a sua paixão pela vida em busca de novos mundos).

A maioria desses espetáculos continua em cartaz itinerante, ou seja, em repertório ativo da Cia. Articularte, prontos para serem representados a qualquer momento. O motivo disso talvez seja a Dramaturgia de cada uma das montagens de Teatro de Bonecos. De uma forma ou de outra, essa longevidade ou resistência temporal dos espetáculos entendemos que seja difícil de se explicar ou mapear seus verdadeiros motivos. Mas provavelmente intuímos que muito se deve às pesquisas estruturais (sobre Bonecos e Formas Animadas) que realizamos durante os processos de montagens, quando afinal obtemos resultados positivos de qualidades técnicas e de comunicação com perenidade.

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